sábado, 1 de dezembro de 2012

O Livro: Crônicas do Urso (12)

Urso ~~ Capítulo 8 ~~ Com o pé na estrada

O Urso já não aguentava mais ficar sentado. Já fazia mais de 7 horas de viagem, com pausas de apenas alguns minutos. Ele tinha demorado demais aquele dia que conheceu a Mizu. Mas não se arrependia, pelo contrário, lembrava daquele dia sempre com um enorme sorriso no rosto. Queria era ter ficado lá, mas não podia. E agora estava passando de cidade em cidade. Bem, era melhor assim, aproveitando o tempo, do que desperdiçando todo ele indo direto ao local indesejado, ele pensava.
Quando completou 12 horas de viagem, o Urso estava começando a enlouquecer. Olhou para seu relógio, e pensou que mais uma parada de um dia em alguma cidade o ajudaria a esclarecer a mente. Como o Urso queria esticar o mais possível sua viagem, ele estava fazendo ziguezagues no país onde se encontrava e onde estava seu destino.
Ele estava no litoral do país agora, e resolveu ficar numa cidade maior que a última que ele havia parado. Era uma cidade curiosa, os prédios que haviam no centro estavam em diagonais, suas pontas encostavam umas nas outras, formando "M's" muito longos. Era de fato algo inovador e interessante. Entre os vãos desses prédios, ficavam casas, possivelmente dos trabalhadores desses prédios. Rogers andou durante um bom tempo, fascinado com tudo aquilo. E foi olhando para cima que ele trombou com um lobo, que vinha com a cabeça enterrada em um livro, levando os dois a caírem no chão:
-Ah, me desculpe senhor - Disse o lobo, ajeitando os óculos - Eu estava focado na minha leitura e... Espera um pouco. Você...Você é o Rogers não é?
O Urso acabava de se recuperar da trombada: 
-Sim, sou eu, por que?... - interrompeu sua frase - Ei... Bartolomeu??
-Sim, sou eu! - Bartolomeu deu uma grande gargalhada - Quem diria, te encontrar por aqui. Como tem passado? 
-É, digamos que bem... 
-Ah, você foi remanejado... Eu soube da história. Vamos todos sentir sua falta amigo.
-Eu não tive a chance de me despedir de vocês...
-Tudo bem, nem se esquenta. A gente entende como é essas coisas. Se você vai ficar mais tranquilo pode deixar que quando eu voltar eu falo para a Cecília e pro pessoal que falei com você.
-Obrigado Bartolomeu, obrigado mesmo. Agora me diga, o que você está fazendo por aqui?
-Bem, consegui férias. E... - O lobo deu uma leve corada - uma namorada também.
-Sério?
-Aham. Nossa, amigo, ela é fogo. Vou te contar viu? Ela é durona e só quer mandar, mas eu amo ela muito.
-Nossa, amigo, fico extremamente feliz por ti! 
-Obrigado! - O lobo teve uma ideia - Ah, por que você não vem comigo? Eu tô voltando da biblioteca agora, quero apresentar você para ela.
-Hum, não sei...
-Vamos, não vai durar muito tempo, sem que você tem um prazo.
-Ok, amigo, então vamos.
Bartolomeu conduziu Rogers até sua casa. Ela ficava um pouco longe daqueles prédios malucos, mas era uma casa elegante. Tinha dois pisos, piscina e um cercado coberto por folhagens. 
-É alugada... - Disse Bartolomeu, sorrindo e passando a mão na cabeça.
Foi conduzido até a porta, e quando entro se deparou com um hall de entrada enorme, e uma escadaria que seguia para o segundo piso.
-Ei, amor! Cheguei! - Gritou Bartolomeu, e depois virou-se e falou baixinho para o Urso - Sempre quis fazer isso.
Rogers estava olhando para a sala de estar quando ouviu uma voz familiar perto dele. 
-Oi amor, onde você... - a mulher se interrompeu.
O Urso virou seu olhar para a cozinha. E disse em voz alta:
-Senpai??!!
E então uma fulminante dor de cabeça voltou a se alojar nele, fazendo-o desmaiar.
(CONTINUA...)

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