sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O Livro: Crônicas do Urso (11)

Urso ~~ Capítulo 7 ~~ Primeira parada ( Parte 2 )

O Urso não conseguia falar. Estava em estado de choque. O que era aquilo? Estava com medo, mais devido ao susto que tomara. Entretanto, o medo começou dar a lugar a um outro sentimento. Conforme aquele ser se levantava, ia tomando uma forma feminina, como se a água tomasse forma de uma mulher, mas sem rosto algum. O Urso passou de assustado a admirado. Ele sentia uma calma infinta vinda daquele ser.
-Quem ousa tomar das águas sagradas?! - Esbravejou aquele ser, mesmo sem boca.
O Urso ficou apenas olhando, boquiaberto.
-Levante-se, pobre ser, e diga seu nome. - Ela ordenou.
Ela tinha uma voz feminina, com a qual o Urso estava mais encantado ainda. Uma parte dele dizia que era perigoso ficar ali, mas a outra não queria deixa aquele lugar nunca mais. Ele não entendia o que se passava na cabeça dele.
-Qual o seu nome? - O ser falou, num tom raivoso.
O Urso se deu conta que tinha que falar algo:
-M-meu nome é Rogers, - Por que diabos estou gaguejando?, ele pensou -  q-quem é v-você?
-Eu me chamo Mizu, e sou o espírito guardião dessas águas. E você - Ela apontou o dedo para o Urso - é o infrator que ousou profanar esse templo sagrado.
-Me desculpe! E-eu não sabia que aqui era um t-templo... - Ele não tirava o os olhos dela - Você é tão linda... - O Urso deixou escapar. A Mizu tomou uma coloração diferente... onde deveria estar seu rosto, que a princípio estava cheia de bolhas assim como seu corpo, ficou de um verde claro lindo. Ela virou a cabeça pro lado:
-C-como a-assim? - Ela disse.
-Ah, me desculpe. E-eu não s-sabia o que... E-eu vou embora, me desculpe... - Rogers estava corado também.
Enquanto o Urso levantava-se, ela abaixou a cabeça e disse numa voz baixinha.
-V-você é o primeiro que diz uma coisa dessas para mim...
O Urso voltou-se para ela:
-Como?
-As pessoas não costumam vir a esse lugar, e eu não costumo conversar com muita gente então... p-pode ficar m-mais um pouco?
-Ah..ahn..bem, não estou com pressa mesmo. Posso sim. - o Urso abri um sorriso e sentiu como se a Mizu estivesse sorrindo também.
Começaram a conversar, o Urso sentado na beira do lago, e a Mizu dançando com a água. Ela passava uma sensação extremamente boa para ele. Ele sentia-se muito feliz, como se seus problemas tivesses evaporado. Agora ele falava tranquilamente, e a Mizu estava formada por uma água tão límpida e tão clara que era possível ver através dela. Ela era incrivelmente linda aos olhos do Urso. Passaram horas conversando. Ele pediu por que as pessoas não vinham naquele lugar, e ela respondeu:
-Aqui é um lugar sagrado, só os escolhidos são autorizados a provar dessa água, e só quem for muito especial mesmo pode entrar aqui. Quem fizer isso e não estiver autorizado deve ser punido. E as pessoas tem medo de nós também, espíritos da água.
-Ah... Isso quer dizer que eu serei punido?
-Na verdade...Não...- Ela novamente tomou uma coloração verde clara - Você está autorizado por mim...
-Ah, o-obrigado... - Disse o Urso. Depois de um breve silêncio, Rogers voltou a falar - As pessoas são umas tolas mesmo. Aqui é um lugar lindo e.. elas não devem ter medo de vocês. Na verdade, eu não entendo como elas podem ter medo de seres tão magníficos...- O Urso corou.
Mizu também estava praticamente toda verde-clara, e ela ficava extremamente linda assim também.
O Urso olhou para o céu. Estava tarde. Ele devia ir. Chegara a hora que ele temia.
-Mizu... eu devo ir.
Ela olhou para ele.
-E-eu vou ir e talvez... eu demore algum tempo para voltar.
A Mizu baixou a cabeça e disse:
-Promete que volta?
Rogers deu um sorriso e disse:
-Prometo!
Enquanto o Urso se afastava daquele lugar esplêndido, a Mizu ficou olhando. Quando ele estava quase saindo ela gritou:
-Ei, Rogers!
Ele virou-se e perguntou:
- O quê?
- Na próxima vez que vier para cá, eu te deixo entrar aqui ok? - E, de repente, um sorriso apareceu naquele rosto, antes de a Mizu se misturar com a água novamente.
O Urso ficou um tempo olhando... Deu um enorme sorriso e foi embora até a rodoviária.
(FIM DA SEGUNDA PARTE)
(CONTINUA...)

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