quarta-feira, 31 de julho de 2013

Volta e pedido de desculpas

Olá a todos vocês que ainda acompanham o blog.

Bem, devo me desculpar em nome do Urso e de nós, fantasmas dele, pela falta de consideração com vocês. Acabamos meio que relaxando, e "abandonamos" o blog por mais de 1 mês.

Mas essa época passou, e agora estamos aqui novamente. Estaremos, como sempre, postando a cada semana um capítulo novo no blog, e, ocasionalmente, alguma coisa que achemos interessante.

Espero que vocês nos perdoem e voltem a ler o blog.

Obrigado e nossas sinceras desculpas.


--Kalau

O Livro: Crônicas do Urso (39)

Resultado da INTERATIVIDADE anterior: Ele usará seu sentido de Killer-Destruidor ò.ó 

Urso ~~ Capítulo 21 ~~ Jornada das Descobertas

Décima parte - A Floresta Negra (05)

--//-- Início da tarde do dia 13/06/20XX --\\--

Enquanto eu pensava em como sair desse lugar, a manhã foi passando. Não sei se é coisa da minha cabeça, mas juro ouvir risos diabólicos ecoando pelas paredes. Eu senti que estava começando a ficar louco. Devo admitir, acredito que minha convivência com os fantasmas acabaram fortalecendo minha mente, pois se fosse qualquer outro alguém, já tinha se juntado aos corpos do sótão. Mesmo assim, eu não iria aguentar muito tempo mais.
Perto do meio dia resolvi escolher apelar para meu lado mais destrutivo, e comecei a bolar um pequeno plano. Nesse meio tempo, acredito que a Bruxa percebeu minhas intenções, e fez de tudo para me segurar lá: A falsa nevasca intensificou-se, cobrindo as janelas; o frio se intensificava absurdamente perto das saídas; um grande e suculento banquete surgiu para mim como num passe de mágica.
Eu logo percebi que ela não "abriria mão" de mim tão fácil.
Mas eu estou decidido. Assim que acabar de escrever, irei por meu plano em prática. Senão, essas são minhas últimas palavras. Caso você, leitor, esteja lendo isso aqui dentro dessa casa, apenas fuja. Dê um jeito, corra, quebre, enfim, saia agora, saia nesse instante, não espere. E boa sorte.

--//-- Início da noite do dia 13/06/20XX --\\--

Bem, como estou escrevendo aqui, sinal de que estou vivo. E de que, enfim, saí da maldita casa. Ainda estou nervoso, e me escondi numa pequena caverna que achei depois de correr até minhas pernas estarem bambas.
Não foi fácil. Pelo contrário. Eu achei que seria mais simples. Quando eu tentei abrir e logo após forçar a porta, o fogo da lareira aumentou e o calor ficou intenso demais lá dentro. Estava pior do que o deserto onde eu nasci. Eu não enxergava mais nada do lado de fora. As venezianas começaram a bater com força, e num ritmo ascendente e acelerado. Onde antes era tudo colorido, agora a imagem da sala aconchegante estava sendo substituída por muito cinza e vermelho-sangue. Tentei quebrar uma janela, e ela fechou com tanta força que eu não teria tempo para arrombar aquilo. Quando eu cheguei perto da lareira, as chamas tentaram me agarrar. Estou com uma queimadura terrível no tornozelo direito. Eu comecei a entrar em pânico, achei que iria morrer naquele momento, naquele lugar. Vi um corpo ensanguentado na mesa, onde antes havia um enorme banquete. Comecei ouvir risadas mais altas e gritos horrendos. Achei que vinham das paredes no início, mas percebi que vinham do andar superior. Possivelmente do quarto dos corpos. Fiquei aterrorizado. "Eu vou morrer" - comecei a repetir a mim mesmo. Nunca havia sentido tanto medo. Que foi ficando pior, após eu começar ouvir passos descendo os degraus. Eu ouvia os gritos e risos cada vez mais nítidos. Ela...ela não podia ser uma Bruxa...pelo menos não uma comum. Alguma coisa me dizia que aquilo era errado, pois tal terror psicológico e, até mesmo, minha "proteção" inicial me dada pela convivência com fantasmas, não "combinava" com poderes de Bruxa. O que estava ali era algo pior, que havia tomado pela raça que ela aniquilou o nome de Deus, e por possíveis lendas, o nome de Bruxa. 
Naquele momento, com o fogo tomando conta de quase toda a casa, e alguma coisa indo ao meu encontro, com um poder mágico absurdo, eu fechei os olhos e pensei: "É meu fim? Horrível desse jeito? Não, não posso terminar assim!". Eu abri meus olhos e fui de encontro a porta, com toda minha força. Não senti dor pelas chamas,  não senti se ela cedia, não senti nada. Só sei que depois da minha terceira tentativa, algo me empurrou para fora daquele lugar. E antes de eu cair, eu vi de relance seres pequenos, de cor cinzas, segurando foices e facões, e alguns seres diferentes que eu não reconhecia. Tudo me leva a crer que foram seres antecessores a mim. Entre eles, um em específico, grande e vermelho, com quatro braço e quatro pernas, olhava para mim com um sorriso. Acredito que aquele era Kyu'Moh Gathz. Talvez ele estivesse aprovando algo em mim. Só sei que levantei e corri. Corri demais. Me atrevi a dar uma olhada para trás só quando eu julgava estar seguro. Não vi nada. Então, não sei o que aconteceu com aquela casa maldita, e não sei o motivo que os fantasmas e almas perdidas daqueles seres me salvaram. E prefiro não descobrir tão cedo. Quando eu chegar em casa, terei que elaborar um mapa detalhado com a ajuda dos fantasmas.
Mas o fato agora, é que estou totalmente perdido. 
Vou descansar por ora, estou completamente exausto. Foi um dia e tanto. Amanhã eu penso no que fazer.