terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O Livro: Crônicas do Urso (28)

Urso ~~ Capítulo 20 ~~ Uma pequena jornada começa

O Urso acordou e levantou-se. Caminhou até a geladeira. Tinha conseguido catalizar um pouco da energia do mini-sol para uso doméstico. E era prático também que seu quarto e a cozinha fossem no mesmo cômodo. Afinal, havia apenas um livre. Abriu a porta da geladeira, tirou uma caixinha de leite, colocou num copo e tomou.  Enquanto tomava, percebeu que já fazia mais de uma semana que estava aí. E três dias desde que os morcegos se acomodaram no teto da caverna. O Urso se havia assustado de início e até pensou em expulsá-los. Mas, de certo modo, era ele o "intruso". Então, achou que era proveitoso para ambas as partes que ficasse daquele forma. O Urso olhou para o teto mais uma vez:
- Para uma espécie em extinção, há muitos de vocês aqui... - Falou para si mesmo.
Então o Urso acabou de se ajeitar, e resolveu dar uma volta, para espairecer um pouco. Quando o Urso saiu, sentiu um vento gelado vindo em sua direção.
- Mas que mudança de temperatura. O que será que acontec... - Interrompeu-se assim que viu a luz do dia.
E lá fora, o chão estava coberto de neve. Uma neve muito branca. Dava para perceber que ela era muito espessa também. O Urso logo percebeu que, se não tivesse ligado o gerador, feito as reformas, e aquecido o interior da caverna, possivelmente aquela neve iria "preencher" toda a caverna. Perto da entrada da caverna, um pouco de água escorria para os lados, e a neve ia se formando devagar, e, conforme ia se afastando da entrada, aquela neve se amontoava mais e mais, até ficar mais alta que a própria caverna. Devido a proteção natural, e a vontade que tinha de ver como era o ambiente que o cercava melhor, o Urso saiu assim mesmo, escalando aquele monte de neve. Chegando no topo, ele olhou ao redor. Parecia que o chão havia subido. A neve cobria tudo. Os alto pinheiros agora não passavam de pequenas árvores. Era um cenário cinza e branco. Não deveria ter tanta vida como o Urso viu. Parecia que muitos animais da região tiveram que se adaptar ao clima de lá, e não viam muitos problemas em andar por aí. O Urso, então, resolveu começar sua jornada pelas florestas do sul.
Traçou um mapa imaginário na sua cabeça. Localizou onde ficava a cidade. Onde estava sua caverna. E a partir disso, resolveu seguir em frente, e ver o que achava naquela misteriosa e encantadora floresta.
(CONTINUA...)

Recomeço das aulas

Novamente, o Urso recomeça suas aulas.  E está estampando no seu rosto que ele já quer férias novamente. Há quem chame ele de preguiçoso, que quer tudo muito fácil, e até um pouco antissocial. Bem, as pessoas estão certas. Mas o Urso não se importa, porque sabe que, quem diz essas coisas, é hipócrita nesse sentindo. Em todo o caso, que seja um ano bom para o Urso. Pelo menos, os fantasmas dele esperam isso. E bom ano letivo à todos que estão estudando esse ano também.

--Kalaboka

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Projeto lançado!

O projeto que o Urso lançou com a Pinguim está sendo lançado hoje. O Urso pediu para avisar que eles tentaram escrever com a maior frequência possível. Infelizmente, a Pinguim precisa estar numa lan e o Urso vai precisar de mais tempo. Porém, é um projeto bacana dos dois, e os fantasmas daqui recomendam para vocês darem uma passada lá para conferir. Como? Simples. Ali ao lado na sessão dos link, vai ter um que irá redirecionar vocês até lá. Ou simplesmente acessem por aqui mesmo:

"As parábolas do..." PROJETO Urso + Pinguim!

Aproveitem as histórias que encontrará lá. xD

-Kalau

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

**Música** Don't You Forget About Me ( Não se esqueça de mim )

Uma música com letra e canção muito lindas. Espero que gostem xD

--Kalau


Don't You Forget About Me ( Não se esqueça de mim )


Hey, hey, hey
Ohhh

Você não vai pensar sobre mim?
Eu estarei sozinho, dançando - você sabe disso, baby...

Conte-me suas problemas e dúvidas,
Me entregando tudo, por dentro e por fora.
O amor é estranho - tão real no escuro.
Pense nas coisas ternas com que estivemos ocupados.

A mudança lenta pode nos separar
Quando a luz entrar dentro do seu coração, baby...

Não se esqueça de mim,
Não, não, não, não,
Não se esqueça de mim.

Você me vigiará com atenção?
Olhará meu caminho? nunca me abandonará?
A chuva continua caindo, a chuva continua caindo,
No chão, no chão, no chão...

Você me reconhecerá?
Chamará meu nome ou continuará seguindo?
A chuva continua caindo, a chuva continua caindo,
No chão, no chão, no chão...

Hey, hey, hey
Ohhh

Não tente fingir,
A minha sensação é que nós venceremos no final.
Eu não te prejudicarei ou tocarei suas defesas:
Vaidade e insegurança.

Não se esqueça de mim,
Eu estarei sozinho, dançando - você sabe disso, baby...
Vou desmontar você em pedaços,
Eu nos construirei de volta juntos, no coração, baby.

Não se esqueça de mim,
Não, não, não, não,
Não se esqueça de mim.

Enquanto você seguir
Você chamará meu nome?
Enquanto você seguir...
Você chamará meu nome
Quando você for embora?

Ou você irá embora?
Você continuará seguindo?
Vamos lá - chame meu nome.
Você chamará meu nome?

Eu digo:
La la la...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O Livro: Crônicas do Urso (27)

Urso ~~ Capítulo 19 ~~ Uma base ou uma caverna?

O Urso passara uma semana lá, cuidando do morcego e ajeitando o máximo possível da caverna. No dia seguinte a chegada do Urso lá, algumas caixas apareceram na frente da caverna. O Urso nunca soube como elas chegaram lá. Dentro delas tinham muitas coisas: ferramentas, mantimentos, produtos químicos, material de construção, e um manual de instrução. O Urso não entendeu a princípio, mas depois de vasculhar o interior da caverna e descobrir toda a extensão dela e da "base" da NASA, ele soube o porquê.
Então, para esclarecer, a caverna era dessa forma: a entrada, já dita, é como uma caverna comum. Se estende num arco, parecido com uma gruta, e fica numa saliência na terra que nem chega a ser uma montanha. Se você caminhar sempre para frente, verá apenas o "fim" da caverna. Talvez, se enxergar bem e tiver sorte, você ache algo diferente entre as rochas. Algo como um interruptor muito bem escondido. Se acionado, vai abrir uma passagem lateral um pouco acima, no lado esquerdo da caverna. Essa passagem, estreita a princípio, logo mostra-se curta e desemboca num amplo espaço, onde antigamente ficava uma espécie de "sala de boas-vindas". no lado oposto de onde ficaria a entrada natural da caverna, há 3 entradas diferentes. Quando foi construído, uma levava há um lugar onde eram guardados mantimentos, a do meio levava a uma sala de experimentos e a última, a direita,  levava à sala dos arquivos. Agora, a passagem para os arquivos estava comprometida e tudo indica que seu interior também. Parece que quando abandonaram o local, destruíram tudo que poderia vir a ser perigoso deixar lá. A passagem do meio estava intacta, mas não podia se dizer o mesmo da sala de experimentos. Não havia nada guardado lá, e estava tudo um pouco destruído. Era um laboratório muito bagunçado. A única sala "impecável" era a dos mantimentos. Apenas o sistema de refrigeração estava quebrado. Bem, essa era a "base" da NASA. Não havia naves, nem alienígenas, nem qualquer coisa que parecesse uma base da NASA, mas era. Na verdade, todos pensavam naquilo mais como um posto avançado. E agora estava ali, abandonado. Apenas morcegos habitavam o local, entrando por fendas ali ou lá. E, agora também, o Urso.
O Urso passou em torno de 4 cuidando do morcego, trocando o sistema de iluminação por aquele que veio nas caixas, trocando fusíveis, consertando peças diversas, e tapando fendas. Exceto uma, pois tinha medo de morrer sufocado dentro daquele lugar. No fim desses 4 dias, a caverna agora estava "apresentável". Não dava para se queixar. Então, o restante da semana, ele passou cuidando do morcego, que agora não o olhava sempre com olhos vermelhos, e a cada vez que o Urso o alimentava seus olhos iam mudando para uma coloração amarela. O Urso também estava estudando aquele local. Na sala inicial, a das "boas-vindas", ele fez cozinha, quarto e sala. Na área dos mantimentos, o Urso achou uma nascente e depois de muito esforço e trabalho, fez uma pequena plantação. Mas só depois ele percebeu o quanto seria inútil, pois a maioria das plantas comestíveis precisavam do sol ou de calor. Quando estava consertando o sistema de resfriamento e aquecimento, ele viu algo escondido entre as pedras. Era algo que haviam inventado a muito tempo. Um mini-sol. Havia algo também no topo daquele lugar, e o Urso sabia que aquele mini-sol ia naquele lugar. Já vira seus irmãos maiores funcionarem na base principal, e eles serviam como fonte de energia para grandes trabalhos. Mas aquele ali, pequeno como era, ia servir para fornecer energia suficiente apenas para uma plantação. Era perfeito. Então, depois de algum tempo, ele conseguiu posicionar o mini-sol lá no local onde ele se acoplava, e ajustou horários para ele ficar ligado e desligado. Quando o Urso estava limpando, tinha achado uns tonéis com algum tipo de combustível. Agora ele sabia para o que aquilo servia. O mini-sol não ocupava muito, e aquilo ia durar e sobrar até o Urso achar mais. 
O Urso ajeitou o laboratório também. A princípio ele não iria utilizá-lo, mas era bom deixar a postos. Por fim, faltava o banheiro. Antigamente ele ficava na sala dos arquivos, mas agora, o caminho e toda a sala estava comprometida. Então o Urso criou uma passagem na primeira sala, e fez até um encanamento para não ficar sujo por lá. Feito tudo isso, o Urso se sentia orgulhoso de si mesmo. O morcego estava melhor, e e ele podia soltá-lo. Nos últimos dias, ele já levantava um pouco de voo, mas não se mantinha. Então, agora curado, ele deu uma enorme volta ao redor da caverna, e parou na fenda que o Urso havia deixado aberta. Ele estava com os olhos verdes, muito claros. Mas quando se virou, como se fosse uma despedida, seus olhos pareciam azuis. E então ele se foi.
- Nossa, nem um obrigado. - Um dos fantasmas do nada disse.
O  Urso estava se acostumando:
- Bem, aposto que ele tá com saudades do lar.
- Mas o lar deles não era aqui?
Lá fora ouviu-se um enorme guicho. E muitos outros se fizeram ouvir depois disso.
O Urso e o fantasma se entreolharam.
Na floresta, uma massa preta de morcegos se dirigia rapidamente para a caverna.
(CONTINUA...)

A parte estragada do pão

Então, voltei. Sentiram minha falta?
Enfim, esse ano começou bem pro Urso. Ironicamente falando.
Bom, para começar o Urso ganhará suas férias apenas depois de março. Acho que é para fazer junção com o Natal ¬¬.
A pausa da faculdade tá acabando, e dia 25 desse mês recomeça a melhor parte... da pior parte.
O Urso havia se programado para ir no Anime Friends, de meio de ano, em SP, esse ano. Mas acontece que ele quer ir a Natal-RN agora também, e ele simplesmente esqueceu que tinha a 14º Jornada da Literatura, que é meio que obrigatório para os que estão cursando Letras comparecerem.  E é importante mesmo, o Urso não pode perder. 
E é isso. Nada como demorar para postar no blog, e quando voltamos só reclamamos da vida.
Mas tudo tem seu lado bom, e até o pão mais mofado teu uma região comestível... eu acho.
O Urso tá se sentindo satisfeito toda vez que escreve e sabe que tem gente que lê. Acho que reconhecimento é algo que todos os humanos procuram. Eu não, porque sou um fantasma.
E também está se preparando para escrever outros tipos de contos. Vocês vão ficar sabendo assim que sair, afinal, terá um link direcionando vocês para lá todo o tempo aqui no blog xD.
Bem, tem outras coisas, mas é difícil escrever com telecinese e to ficando com preguiça e irritado. Ter que lidar com um vagabundo, um cabeça-oca, e ainda cuida do Urso não é fácil viu? Se acham que fantasma não tem dor de cabeça, estão enganados. 
Pois bem. Cuidem-se, ok?
Até logo.

--Kalaboka

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O Livro: Crônicas do Urso (26)

Urso ~~ Capítulo 18 ~~ Morcegos e a História das Quatro Cores

Quando o Urso acordou do desmaio, rapidamente olhou ao redor. Tudo ainda estava escuro. Olhou o relógio, e deu um suspiro de alívio quando percebeu que ficou inconsciente muito pouco tempo. Fez uma rápida checagem em si mesmo e não estava ferido. Então, voltou sua atenção novamente para aquele lugar. Não viu olhos, nenhum barulho. Apenas a escuridão. Será que teria sido um sonho?
- Bem, - Disse o Urso se levantando - deve ter algum lugar para iluminar isso aqui. Antes de mais nada, - Começou a tatear a parede em busca de um interruptor - preciso enxergar.
Porém aos poucos, os olhos do Urso começaram a se adaptar no escuro, e, com a ajuda da pouca iluminação que a lua cheia dava, ele conseguiu ter um ideia do tamanho do lugar. Ainda não conseguia distinguir tudo, mas não era um local muito grande. O único objeto que ele identificou foi uma cadeira velha. E estava olhando para ela quando achou algo na parede. 
- Achei! - E forçou o dedo naquilo como se fosse o interruptor. Então aquilo deu um grunhido estridente e o Urso tirou a mão rapidamente. Depois de um tempo imóvel, percebeu que aqueles grunhido continuava, porém de uma forma triste e melancólica, como se fosse algo chorando. O Urso tateou um pouco acima e achou um interruptor. E então, fez-se a luz.
Primeiro, acendeu uma lâmpada acima dele, depois, seguindo um fio a sua frente, acendeu-se outra, a terceira falhou, a quarta deu umas piscadas para acender totalmente e a sexta só acendeu quando a última das 10 lâmpadas acendeu. A nona também não acendeu. Elas faziam um contorno ao redor da caverna, ao redor daquela fenda. Mas dava para perceber que a escuridão mais ao fundo escondia mais coisas. Então o grunhido ficou forte, e o Urso olhou para a parede da caverna. Era um morcego. O Urso pulou para trás. O morcego olhou ferozmente para ele, com olhos vermelhos, como se abominasse o Urso. De repente, seus olhos começaram a ficar azuis e ele abaixou a cabeça. O Urso tentou se aproximar, mas o animal percebeu e seus olhos ficaram novamente vermelhos e ele tentou avançar. Então ele soltou um grunhido de dor, e seus olhos ficaram azulados de novo e ele se encolheu.  O Urso deu passo para trás e ficou admirando aquilo com olhos espantados.
- São morcegos das cavernas... - Disse um dos fantasmas.
- Ah! - O Urso deu um pulo - Por Tanásia! Se aparecer assim novamente, eu juro... - Fechou as patas como se fosse dar um soco.
- Opa, calma, desculpe. 
O Urso suspirou: - Morcegos das cavernas hein?
- Isso. São morcegos raros. Estão quase extintos. Eles são muito caçados, principalmente por causa de seus olhos. Eles mudam de cor. 
- Mas só por isso?
- Digamos que, quando são arrancados, seus brilho e sua cor nunca acabam, nem mesmo desbotam. São exuberantes e lindos. Mas não adaptáveis a muita espécie de seres. Por exemplo, esses olhos podem servir para determinadas espécies como um "novo olho". Uma águia humanoide cega perdeu para sempre sua visão aguçada, mas com um olho desses, vai poder enxergar o mundo novamente. Claro, vai enxergar ele todo vermelho, ou azul, mas vai enxergar. Eles também servem para amuletos. Esses olhos podem ser mantidos úmidos após a extração para conceder novamente a visão a alguém, ou pode ser entalhados, modificados, ou apenas serem secos e servirem de enfeite ou amuletos. 
- Amuletos? Representam o quê?
- Você percebeu que eles mudam de cor, correto? Vermelho, quando estão se sentindo ameaçados, azul quando estão sofrendo, amarelo quando expressão afeição, e, por fim, verde, quando estão felizes demais. Os amuletos de olhos são baseados nesse significado. Na cidade aqui perto deve ter algum lugar que venda isso. Mas provavelmente você achará apenas vermelhos ou azuis.
- Por que?
- Pelo motivo óbvio. Digamos que lhe deem uma lebre para cuidar num acampamento. Ela possivelmente servirá de janta algum dia que não tenha comida suficiente. Mas por ora, é só um animalzinho. Você ficará com ela, se apegará a ela, e ela se apegará a você. E então, quando chegar o fatídico dia, ambos vão sofrer muito. Seria muito mais fácil matá-la no começo do que sofrer tanto assim naquele momento. Mesma coisa com os morcegos. O "caçador" vai conseguir os olhos lutando ou pegando eles em armadilhas. Daí que a maioria é vermelha e azul. Só quem tem a mente muito forte e o coração muito vazio, consegue  "cultivar" esses morcegos e matar eles quando eles estão o amando e felizes. 
- Mas não é mais fácil esperar que morram com o tempo? Pela ordem natural da vida?
- Seria muito simples assim né? Esses morcegos demorar a morrer, em média vivem 100 anos. Mas não se reproduzem com muita frequência. Eles tem uma época específica, num lugar específico, e com outros trecos entre eles também. Qualquer coisa errada, eles abandonam e deixam para a próxima. Enfim, esperar eles morrerem está fora de hipótese. Até porque, quando morrem de velhice, por incrível que pareça, seus olhos são os primeiros a morrerem. Em alguns começam um mês antes, noutros, uma semana. Seus olhos começam a ficar cinzas, e a perder o brilho. E, quando já não há mais cor, não há mais vida também.
O Urso ficou pensativo. Olhou para aquele morcego. Seus olhos azuis eram lindos, e os vermelhos também. Eram a coisa, o objeto, mais lindo que já vira. O Urso foi até lá. Pegou o morcego machucado e colocou em cima de uma mesa acabada que estava por perto. O morcego, apesar dos olhos vermelhos, não conseguia nem lutar. O fantasma disse:
- E então, vai pegar olhos vermelhos ou azuis? Quando se mata um morcego, independente da cor, ela permanece. Digamos que por interromper o ciclo da vida, você interrompe o processo do olho ficar cinza ou mudar de cor. 
- Nem uma coisa, nem outra. Eles me parecem serem muito sozinhos, medrosos e com ódio do resto do mundo. Agora se me dá licença...
E o Urso começou a tratar das feridas do morcego.
O fantasma atrás dele sorriu, e desapareceu novamente na escuridão.
(CONTINUA...)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O Livro: Crônicas do Urso (25)

Urso ~~ Capítulo 17 ~~ Nova casa ( PARTE 2 )

Aquele "bip" irritante no celular indicando o caminho certo já estava dando nos nervos do Urso. Fazia em torno de meia hora que ele caminhava pela mata, e os mosquitos, e aquelas sombras assustadoras que se formavam ao seu redor não lhe causavam mais estresse que aquele maldito toque no celular. E conforme o Urso se aproximava do local, aquele som ficava mais irritante.
- Tenho que chegar logo... Não posso ficar na mata quando escurecer. Eu sinto que estou sendo observado... - Falou o Urso para si mesmo, enquanto passava por alguns cipós.
Então o Urso avistou a base da NASA do sul e... era uma caverna. O celular parou de apitar, e começou a tocar. O Urso atendeu:
- Muito bem agente. Como você esta vendo, essa é uma base, ahn, abandonada. Porém há inúmeros arquivos e algumas outras coisas que precisam ser guardadas. Vigiadas. Sua tarefa, até segunda ordem, é permanecer nesse local, sem que nenhum intruso se apodere dos arquivos. 
- Ok, mas e os mantimentos?
- Bem, sobre isso, você deve ter segurado algum dinheiro não é? Pois bem, não podemos providenciar ajuda, e você terá que se mostrar auto-suficiente.
- Quer dizer que terei que me virar é isso?
- Pense nisso como uma colônia de férias.
- Mas o lugar aqui é meio hostil. E também vocês não podem simplesmente fazer isso comigo. Estou totalmente...
- Bem, essas são as instruções. Aconselho a procurar informações na cidade e nos arredores dela. Sinta-se honrado em ter essa responsabilidade em mãos. Quando chegar a hora de se mudar você saberá. Passar bem. 
- Não! Espere...!
Mas era tarde. Ele já havia desligado.
- Malditos... - Bufou Rogers.
Algum grilo fez barulho ali perto. O Urso achou melhor entrar logo na caverna.
Chegando lá, não achou nada. Havia uma parede cheia de musgo a sua frente e aos redores. Pingava água das paredes. Havia apenas uma brecha em que apenas as patas do Urso podiam passar, acima das parede do fundo da caverna. O Urso se aproximou de lá, e percebeu marcas estranhas feitas na parede. Foi seguindo elas pelos musgos, e descobriu uma espécie de interruptor "natural" entre algumas pedras. Quando acionou aquilo, uma porta se abriu na lateral da caverna. O Urso entrou cuidadosamente por lá. Estava escuro no começo, mas na primeira curva ele avistou um luz bem fraquinha. Caminhou até lá. O Urso saiu numa abertura, e lá dentro, a pequena luz que iluminava o céu estava iluminando uma parte da caverna também. Percebeu que era um lugar muito espaçoso. Precisava iluminar tudo aquilo. Mas estava ainda lá, imobilizado, um pouco pensativo, um pouco admirado, quando um daqueles olhos sanguinários surgiu em meio a escuridão, e logo após outro, e outro, até o lugar inteiro ficar coberto daquelas pequenas luzes vermelhas. O Urso ficou tenso. Então aqueles olhos fizeram milhares de barulhos fortes e voaram em sua direção, desnorteando o Urso, que caiu nas pedras inconsciente.
(CONTINUA...)