quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Livro: Crônicas do Urso (13)

Urso ~~ Capítulo 9 ~~ Surpresas ( Parte 1 )

Quando o Urso acordou, ele sentiu uma pequena incomodação na cabeça. Ele sentou-se no sofá onde se encontrava, e colocou as mãos entre o rosto. A cabeça ainda doía um pouco. Quando se sentiu um pouco melhor, olhou em volta. Reconheceu o lugar onde estava. Era onde seu amigo Bartolomeu o havia levado. Mas.. Onde estava Bartolomeu? Ele não se lembrava. Refez os passos mentalmente. Estava na rua, encontro o lobo, este o levou para conhecer a sua casa, e então...
- Vejo que você acordou...
Rogers olhou rapidamente para o lado. A Senpai estava recostada na entrada da cozinha. Rogers sentiu um pontada na cabeça. A Senpai tomou um ar preocupado.
-Como você se sente?
-Tá tudo bem, - O Urso balançou levemente a cabeça - mas como você....?
-Vou lhe explicar, mas agora não.
Nisso, Bartolomeu vem da cozinha com uma jarra com água. Se sentou ao lado do Urso:
-Nossa, você deu um grande susto na gente. Está melhor agora? -Rogers assentiu com a cabeça enquanto tomava um copo de água - Ah, que bom. - A expressão do lobo mudara - Nem consegui apresentar o amor de minha vida, Jéssica.
-Jéssica? - O Urso engasgou.
-Isso. - O lobo virou-se para a Senpai - Amor, esse é o Urso Rogers. Ele trabalhava comigo na NASA.
-Prazer. - Disse a Senpai/Jéssica.
-Prazer...Jéssica. - Disse o Urso.
Após as formalidades, o Urso, depois de muita insistência por parte de Bartolomeu, acabou ficando para o jantar.
O clima foi um pouco tenso durante a janta. Após isso, Bartolomeu disse ao Urso que havia conhecido a Jéssica numa pequena expedição que fizera até Cuba. Ele se desmanchava em elogios a ela. O Urso via que aquilo era verdadeiro dele, e ficaria feliz pelo amigo, se não soubesse quem Jéssica realmente era.
Bartolomeu queria preparar algumas coisas, e como o Urso iria perder o ônibus que saia a noite, a Jéssica acabou levando ele de carro até a rodoviária. Momento perfeito para explicações.
-Que história é essa Senpai? 
-É uma história muito longa...
-Você está enganando o Bartolomeu?
-Nunca! Eu..eu..realmente amo ele. 
-Você nunca se envolveu com ninguém... E sempre dizia que devíamos ficar o máximo longe de qualquer ser. Você até mesmo mandava eu ir embora as vezes. O que aconteceu?
-Eu..eu..mudei.
-Mudou?
-Sim, todo mundo muda as vezes. As vezes, percebemos que não queremos ficar sozinhos pro resto da vida. Eu estava fugindo de Levanti, fugindo de todo mundo. E em Cuba eu estava perdida. Estava lá, jogada, as pessoas pisavam em mim. Ele foi o único... - A Senpai encheu seu olhos de lágrimas, e secou-os em seguida.- Enfim, me apaixonei e resolvi mudar. Quero ficar com ele pro resto da vida.
-Se é assim que você pensa. - O Urso estava atônito. Foi uma pancada de emoções, foi muita coisa para um dia só.
Quando chegaram na rodoviária, o Urso sentiu mais uma fisgada na cabeça. A Senpai olhou para ele, e falou antes de se despedir:
-Quando você "morreu" aquela vez, eu prestei atenção no que a velha disse. Essas dores de cabeça não vão sumir. A menos que você aceite elas. Porém, esteja preparado. Ela falou que como você "morreu", você pode ter "trazido" alguns inconvenientes.
-Como assim Senpai?
-Não sei, eu não fiz nenhuma pergunta na época. Desculpe.
-Não, você ajudou bastante. Muito obrigado.
Então os dois se despediram. O Urso entrou no ônibus e sentou-se do lado da janela. Não havia quase ninguém naquela noite no ônibus. As dores de cabeça era pequenas, mas contínuas.
Ele pensou e resolveu se concentrar em aceitar as dores. Mas como faria isso? Ele fechou os olhos, e ficou assim, tentando fazer alguma coisa... Mas acabou adormecendo com o balançar do ônibus.
Porém, alguma coisa estava acontecendo. Alguma coisa que ninguém poderia ver, exceto o Urso...
(FIM DA PRIMEIRA PARTE)
(CONTINUA...)

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