terça-feira, 20 de novembro de 2012

O Livro: Crônicas do Urso (09)

Urso ~~ Capítulo 6 ~~ A Intrusa

O Urso estava trabalhando, com uma prancheta numa das mãos e conversando com Primo naquele momento:
-Não era pra isso aqui tá ligado? - Perguntou o Urso, arqueando uma sobrancelha.
-Err... era né... - Respondeu o Primo.
-Olha, com essa é a terceira esse mês. Sabe o que acontece com quem erra quatro vezes né?
-Ahn, sei sim. Você podia passar essa né? 
-Rá, não misture as coisas. Somos amigos, mas não posso faltar com a obrigação. Se eu cometer algum erro ou omitir algo, quem se ferra sou eu. Mas trate de se animar, logo o mês termina e você pode errar mais vezes. - Falou o Urso soltando uma grande gargalhada.
-Humpf, palhaço... - O Primo bufou.
Então, o sinal de intervalo tocou. Rogers e Primo estavam almoçando com o resto do pessoal e já estava quase na hora de voltarem ao trabalho, quando um alerta geral tocou por todo o local, e as portas se trancaram em medida de segurança. Meia hora depois, os dois ursos foram chamados para falar com o chefe.
Na sala do chefe, ele foi rápido e direto:
-Primo você está demitido e o Rogers fará uma viagem para cuidar da nossa base na América do Sul até segunda ordem.
Os dois se olharam, e falaram juntos para o chefe:
-O quê??!!
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-Entendido! - Falou o androide que havia se infiltrado na NASA, para sua base.
Ela estava se esgueirando pelos canos, com uma camuflagem invisível a olho nu.
Tinha conseguido entrar num momento único, quando um segurança havia saído para jogar o lixo fora. Ela tinha um formato feminino e humanoide. Seu codinome era R.A.I. (Robot Artificially Intelligent) e sua missão constituía em roubar arquivos secretos da NASA. 
Assim que soou o sino do intervalo, ela saiu de um dos canos, e com um equipamento muito avançado que permitia grudar-se nas paredes, foi engatinhando pelo teto. Porém, algo deu errado, e deve ter sido a umidade do local, mas ela começou a se desgrudar. Nesse momento, ela caiu em cima de uma grande máquina, onde havia saído dois ursos recentemente. Ela fez um incrível barulho, porém ninguém notou. Quando estava se levantando, porém, esbarrou num pequeno interruptor. A máquina se desligou. Num outro local, uma fumaça espessa e preta começou a sair. E em questões de segundos o lugar estava completamente fechado e o alerta estava ligado. A pequena androide havia sumido dali antes disso tudo, e se encaminhava para cumprir sua missão.
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-Mas eu tinha certeza que não havia nada de errado. E o que tinha eu coloquei aqui na prancheta, veja. - O Urso estava apavorado.
-Sem essa,- falou um dos seguranças enquanto encaminhava o urso para um dos carros da empresa - encontramos uma das máquinas desligadas, e ao que tudo indica, como você e ele são bons amigos, você pode muito bem ter deixado aquela passar.
-Mas ele corrigiria se fosse o caso.
-Bem, pode ser... Mas não corrigiu.
-Pera aí, isso nem tem lógica, como você pode...
-Ei, eu nunca falei isso pra ti tá bem? - Disse em tom misterioso o segurança - Mas não lhe passou pela cabeça que isso não foi conveniente? Eles viram que você estava mudado, e não queriam mais você por aqui. Ainda bem que lhe mandaram pra outro lugar. Podiam até tê-lo matado. Mas acho que como conhecem sua história preferiram manter você com eles, para usarem futuramente, talvez.
-Mas e o Primo? O que ele tem com isso?
-Eles precisavam de um motivo. E cá entre nós, eles queriam se livrar daquele urso fazia tempo.
Rogers estava atônito. Ficou assim até embarcar no avião que saia dali mesmo e levaria ele até o Brasil. Dentro do avião sentou numa das janelas, e olhou para fora. Não havia tido tempo nem para se despedir. Enquanto o avião levantava voo, ele deu uma última olhada pra base central. E lá no fundo viu algo, algo que reluzia no escaldante sol do deserto. Apurou a vista uma última vez e pareceu ter visto um robô ou algo parecido, correndo com alguns papeis na mão...
(CONTINUA...)

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