quinta-feira, 27 de março de 2014

O Livro: Crônicas do Urso (42)

Urso ~~ Capítulo 21 ~~ Jornada das Descobertas

Décima terceira parte - O Rapto e A Fuga (01)


--//-- Manhã do dia 25/03 --\\--

Estou com pressa. Não posso falar agora. Eles... Eles estão chegando. Preciso me esconder. 


--//-- Tarde do dia 25/03 --\\--

Achei um esconderijo. Ah, droga. Aquele olho de dragão só me trouxe problemas. Meus fantasmas devem estar loucos procurando por mim. Os morcegos então, nem se fala. Em todo o caso, preciso relatar o que aconteceu e bolar algum plano para fugir daqui o quanto antes.


Pois bem, meses atrás eu estava saindo daquele lugar incrível, cheio de espécies voadoras, quando, de repente, fui atacado por seres misteriosos e encapuzados.

Eu nunca soube quem eram eles ou como eles são. Sabia que eles vestiam uma roupa que cobria todo o seu corpo, com exceção dos olhos e... da cauda. 

Dois deles me pararam logo depois que saí de lá. Um possuía olhos verdes, e o outro, vermelhos. Eles bateram em mim, tamparam minha visão e começaram a me arrastar para algum lugar. 

Pois é. Eu gritei e pedi por ajuda, mas ninguém podia me ouvir lá.

Quando acordei, eu estava numa espécie de calabouço. Eu era alimentado todos os dias, com porções pequenas de comida. Tentei argumentar com eles, mas eles não queriam ouvir. Eu parecia algum tipo de mercadoria.

Certo dia, fui obrigado a contar histórias para as crianças daquele lugar. Eu senti que de repente, era essa a única forma de me manter vivo lá. Ou seja, ter utilidade. 

As crianças era muito parecidas com os adultos. E isso quer dizer que elas cobriam o corpo inteiro também, também. Elas eram muito espertas, e toda vez que eu tentava mudar apenas um pouco da narrativa que eu contava, elas logo se davam conta. Não era fácil enganá-las. Eu não tive sucesso nisso nenhuma vez. Eles me mantinham informados dos dias, então eu sabia quanto tempo eu estava fora de casa.

Eu já estava sem histórias quando algo aconteceu naquele lugar. Eu lembro de acordar e ver a porta do meu calabouço aberta. Eu saí cautelosamente, e não vi nenhum guarda. Fui seguindo as escadas atentamente, até chegar na entrada daquele lugar. 

Quando eu olhei para fora, vi inúmeros daqueles seres lutando com outros seres muito estranhos. Eles estavam vindo de um buraco fora do comum, e arrisco dizer que era de algum lugar muito longe daqui. Eram cinzas, tinhas os olhos completamente vermelhos e pareciam muito cruéis. Não quis ficar lá para ter certeza. 

Fugi com todas minhas forças, sem olhar para trás. A escuridão da noite e os perigos da selva me abraçaram.

Estava muito frio. Frio demais. Aquilo não era normal. Eu tentava escrever no diário, mas estava apavorado.

Então eu desmaiei.

Acordei no dia seguinte, ao que parece. Para mim já chega dessa aventura. Preciso voltar para casa. Estou muito cansado. 

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Nesse momento, o Urso fechou seu diário, e sentou-se ao pé de uma árvore. Ele só pensava em voltar para a caverna e não sair de lá um bom tempo. Então ele ouviu um barulho estranho acima dele.

Ele pulou de onde estava e ficou em pé olhando para lá por um tempo. Após alguns segundos de tensão, uma voz feminina surgiu de outra árvore às suas costas.

- Ora, ora. O que temos aqui? - O Urso virou-se rapidamente. 

Uma pantera de cor escura como a noite, de forma humanoide, estava sentada em um dos galhos, lambendo uma de suas patas. 

- Quem é você?! - Disse o Urso, assustado.

Ela riu e desceu do galho, ficando próxima do Urso. 

- Ah, tenho vários nomes. Alguns me chamam de Lua Negra, ou Pantera Sorrateira. Mas meu nome verdadeiro é apenas um. Lív'a.

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