quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O Livro: Crônicas do Urso (23)

Urso ~~ Capítulo 16 ~~ Última parada

Após algumas horas de viagem, Rogers desembarcou no lugar onde seria sua último ponto turístico antes de se dirigir até seu destino. Mas ele não estava muito animado. Assim que saiu do aeroporto, decidiu que ficaria por apenas um dia, senão algumas horas, e então acabaria logo com isso. Ouviu seu estômago roncar:
- Antes de mais nada, preciso comer. - Falou, colocando a mão sobre sua barriga.
Ao começar a caminhar, um humano, estatura mediana, magro, um óculos parecido com os do Bartolomeu, e com uma grande franja cobrindo seu olho direito, o chamou:
- Ei! Você... Urso.. Venha aqui logo! - Durante a pequena fala, interrompia-se para tomar fôlego. Ele parecia estar tentando levar algo muito pesado nas costas.
- Sim? - O Urso respondeu.
- Você pode me ajudar com isso?
- C-claro... quer que eu leve aonde?
- Pode ser até aquela mesa ali. - Apontou para um lugar não tão distante dali.
Apesar do Urso ficar meio desconfiado, ele não parecia ser uma má pessoa. Resolveu ajudar:
- Mas o que é que tem aqui dentro desse treco?
- Uns aparelhos de informática. Na verdade muita coisa. - Ele sorria ofegante - É o meu computador novo!
- Me pergunto como você conseguia levar isso sozinho?
- Olha, quando queremos algo tanto assim, - Ele mal consegua falar direito - não há barreiras que impeçam.
Quando chegaram no local, o humano desabou numa das cadeiras, e por um minuto o Urso achou que ele havia morrido de fadiga extrema. O Urso olhou melhor, e viu que ele havia dormido. Sim, dormido! Ele estava tão cansado, que ao relaxar pela primeira vez, seu corpo precisou repor as energias. O Urso tava com fome, e não podia deixar ele ali. Afinal, Rogers não era perigoso, mas com certeza havia gente por aí que era.
Algum tempo mais tarde, o humano sentiu um cheiro muito bom, e acordou. O Urso estava comendo um enorme xis na sua frente.
- Boa tarde, bela adormecida... 
O humano olhou para todos os lugares de forma tensa.
- Não se preocupe, - falou o Urso, tentando engolir um pedaço de xis - seus aparelhos estão do lado da sua cadeira.
O humano olhou para baixo, e logo se aliviou. Percebeu que o Urso não era má pessoa. Então seu estômago roncou. O Urso disse:
- Pedi um para ti também. Pode comer.
Havia um xis para ele também, bem a sua frente. O humano agradeceu e começou a comer.
Enquanto comiam, foram conversando:
- Bem, eu me chamo Edu. - O humano disse - Moro aqui mesmo nessa cidade...
- Eu me chamo Rogers, mas pode me chamar de Urso se quiser. Estou viajando pelo país.
- Nossa, deve ser bem legal hein?! Bem, prazer em te conhecer Roger.
- ...Rogers.
Edu olhou para ele enquanto mastigava:
- Então, foi o que eu disse... Roger. - Deu um sorriso inocente.
O Urso olhou para ele, e assentiu com a cabeça com um leve sorriso.
Passaram a tarde conversando. O Urso ajudou ele a levar as coisas para a casa dele, e depois Edu quis mostrar um pouco da cidade para Rogers.
O Urso sentiu uma nova amizade nesse lugar. Mas era como se fossem velhos amigos. Os dois conversavam sobre as mesmas coisas, e se entendiam muito bem. Não demorou muito para se enturmarem. Um tempo depois, o Urso sentia que podia confiar nesse humano qualquer segredo.
A manhã passou, e a tarde também estava passando. Antes que o último voo pudesse partir, o Urso teve que se despedir de Edu. Apesar de gostar dali e tudo, ele queria acabar com aquela viagem logo.
Não foi uma despedia melosa, nem seca. Edu e Rogers se despediram como se fossem se encontrar no dia seguinte. O Urso prometeu que um dia voltaria. 
No avião, sentado, apenas com seus fantasmas de companhia, pensava constantemente que foi interessante e até bom viajar pelo país. Mas agora, estava sentindo falta de alguns seres que havia conhecido no caminho. Isso entristecia o Urso. E agora ele se dirigia para seu destino final. A base da NASA do sul. 
Mas o que ele encontraria lá? Como seria aquele lugar? Haveria muito pessoal? E como faria para achar?
Com essas e inúmeras outras perguntas, o Urso acabou adormecendo, e sonhou com todos que encontrara até aquele dia.
(CONTINUA...)

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