sexta-feira, 16 de maio de 2014

O Livro: Crônicas do Urso (45)

Urso ~~ Capítulo 23 ~~ Solução Nada Agradável


O Urso ainda estava abismado com os fantasmas quando entrou no estoque de alimentos. "Eles são inacreditáveis!", era o que o Urso pensava. 

Mas quando ele chegou lá, ele logo esqueceu tudo. Seu estoque havia quase desaparecido! De fato, os fantasmas tinham razão sobre o ladrão.

O Urso então resolveu investigar. Passou o resto do dia procurando por alguma pista, algum sinal do tal ladrão. Até que em certo momento encontrou. 

- E aí, achou algo? - Kalaboka havia entrado.

- Não graças a vocês. - O Urso respondeu, rudemente.

- Ah, vamos lá. Me desculpe está bem. Nós erramos também. O que foi que você encontrou?

- Humpf. Encontrei esse pequeno buraco. - O Urso apontou para um buraco escondido atrás de algumas caixas vazias. - Não consigo entrar nele, sou muito grande.

- Bem, para isso temos uma solução. - Kalaboka sorriu e saiu voando dali. Logo depois, voltou com um morcego que se debatia. - Está pronto para ver a mágica acontecer? - Falou em tom eufórico e um pouco assustador.

- Que tipo de mágica? 

- Do tipo que você agradecerá depois. Pronto? Lá vai!

O fantasma soprou alguma coisa no morcego e no Urso, que sentiu um calor intenso, e um vento gelado assoprando de repente nos seus olhos. Quando deu-se conta, estava em um corpo menor, alado, sem poder enxergar nada.

- Ah! O que você fez?! - Gritou o Urso, sem saber que corpo habitava.

- Opa, já ia esquecendo. - O Urso então voltou a enxergar depois que o fantasma fez alguma coisa. - Pode me agradecer. 

O Urso então viu que não estava em seu corpo. Estava no do morcego. Ele olhou para o lado e viu seu corpo, andando para todos os lados, sem saber onde ia.

- O que você fez? - Repetiu sua pergunta anterior, sem saber no que acreditar.

- Ora, troquei seus corpos. O corpo do morcego é mais ágil, voador, e, principalmente, menor. E você tem a vantagem de não precisar do som para poder enxergar também. 

- Por que fez isso? - Perguntou o Urso, incrédulo.

- Calma Urso, é temporário. Só para gente entrar e ver o que está acontecendo lá no buraco. Eu vou ir com você, caso aconteça qualquer coisa.

- Aconteça qualquer coisa? - O Urso falava, ainda muito incrédulo. - E o meu corpo? - O Urso o olhava e não conseguia nem saber o que pensar.

- Ah, fique calmo. Ele não irá sair, deixarei com o os outros dois. 

Nisso Kalau e Bidji apareceram, e já se pronunciaram:

- Claro, não tenha dúvidas que iremos cuidar dele. Não há nada com que se preocupar.

- Quando foi que vocês...? - O Urso tentou falar algo, mas foi interrompido.

- A não ser que o Bidji durma enquanto deixa ele sair, sem querer. - Kalau riu da piada.

- Ora seu...!

O Urso olhou para eles. Apenas olhou. Estava tão atônito que não teve reação alguma.

- Bem, vocês dois. Comportem-se e cuidem do corpo do Urso. Estaremos de volta assim que der. - Kalaboka falou. - Até mais! - O fantasma pegou o Urso-morcego e o levou para dentro do buraco.

- Até mais Ursego! - Kalau gritou e soltou uma gargalhada.

Foi a última coisa que o Urso ouviu antes de se embrenhar ainda mais na escuridão.

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